Dexco encerra o 1T25 com receita líquida de R$ 1,9 bi
SÃO PAULO, 5/8/25 - A Dexco, maior casa de marcas do Brasil para materiais de construção, reforma e decoração, detentora das marcas Deca, Portinari, Hydra, Duratex, Castelatto, Ceusa e Durafloor, registrou EBITDA Ajustado e Recorrente de R$ 346 milhões no primeiro trimestre de 2025. Se considerada a participação na LD Celulose - joint venture com a austríaca Lenzing, a qual detém 49% de participação - o EBITDA Ajustado e Recorrente foi de R$ 611 milhões, representando um crescimento de 10% em relação ao 1T24. A Receita Líquida foi de R$ 1,9 bilhão, queda de 2%, considerada natural devido à sazonalidade do setor de materiais de construção, que tipicamente apresenta menor atividade no início do ano. O Lucro Líquido Recorrente foi de R$ 84 milhões, já considerando a participação na LD Celulose.
"A empresa veio de um 2023 marcado por mudanças estruturais importantes. A partir do segundo trimestre de 2024, os resultados começaram a se recuperar e os números e indicadores apresentados nesse primeiro trimestre de 2025 demonstram este movimento', explica Raul Guaragna, CEO da Dexco. Segundo o executivo, apesar da sazonalidade esperada para o período: 'os resultados mostram resiliência e uma evolução importante em relação ao ano anterior, o que é positivo, considerando o cenário macroeconômico reconhecidamente desafiador".
A Divisão Madeira, com as marcas Duratex e Durafloor, teve um sólido desempenho, com o EBITDA Ajustado e Recorrente atingindo R$ 350 milhões, e uma Receita Líquida de R$ 1,3 bilhão no primeiro trimestre de 2025. O resultado reflete exclusivamente a operação industrial de painéis de madeira, sem a contribuição de operações florestais pontuais, como as que ocorreram no 1T24. A melhor rentabilidade dos produtos, bons níveis de volume e utilização de capacidade fabril colaboraram para o resultado, mesmo com paradas de manutenção programadas que foram realizadas neste trimestre.
'Alcançamos um resultado sólido, mesmo sem as operações florestais pontuais que ocorreram no ano passado, demonstrando a robustez de nosso negócio core', ressalta Raul Guaragna. De acordo com o executivo, que foi oficialmente eleito na Assembleia Geral Ordinária realizada pela companhia no final de abril, apesar da sazonalidade do primeiro trimestre, a Divisão manteve o patamar de resultados do 4T24, refletindo a consistência da demanda. 'A demanda da indústria moveleira possui uma associação importante com os grandes programas habitacionais dos governos, como estes seguem em movimento crescente no país, também temos uma perspectiva positiva para o negócio da madeira", diz.
A operação de Celulose Solúvel reforçou a sua crescente importância estratégica para a Dexco, registrando EBITDA Recorrente de R$ 542 milhões, um crescimento de 135% na comparação com o 1T24. A operação segue performando em plena capacidade, com produção estável e sem paradas de manutenção neste trimestre, o que destaca o resultado quando comparado ao 1T24, quando foram feitas paradas de manutenção que acabam por impactar a base comparativa do período.
No que tange a Divisão de Acabamentos para Construção, a unidade de Metais e Louças, com as marcas Deca e Hydra, encerrou o primeiro trimestre com EBITDA Ajustado e Recorrente de R$ 8 milhões, revertendo o resultado negativo observado no mesmo período do ano anterior. A unidade registrou crescimento tanto em volume quanto em receita, mesmo após a descontinuação da operação de chuveiros e torneiras elétricas, anunciada no segundo semestre de 2024.
'A unidade de metais e louças vem ganhando força e compensando a saída do portfólio de chuveiros e torneiras elétricas, impulsionada pelas ações estruturantes que vem sendo realizadas pela companhia desde 2023, e pela recuperação gradual do setor.", esclarece Francisco Semeraro, CFO da Dexco.
Já a unidade de Revestimentos, que atua com as marcas Ceusa, Portinari e Castelatto, registrou Receita Líquida Recorrente de R$ 200 milhões e EBITDA Ajustado e Recorrente negativo de R$ 12 milhões no 1T25. 'Mesmo que o setor tenha dado sinais de recuperação neste trimestre, ainda vemos a competição como um fator desafiante para os resultados da Divisão, considerando que temos observado uma crescente nos níveis de estoque do setor e uma diminuição dos níveis de utilização das capacidades instaladas', afirma Francisco. Segundo o CFO, embora o cenário seja desafiador, a fábrica de revestimentos em Botucatu, que teve início em janeiro de 2025, é um pilar estratégico, sendo preparada para produzir itens de maior valor agregado. 'Temos investido continuamente no reposicionamento das marcas e em estratégias de mercado, buscando traduzir as vantagens e benefícios de complementariedade de portfólio para o mercado', diz.
Gestão estratégica e investimentos
No 1T25, a Dexco destinou R$ 160 milhões ao Capex Sustaining. Os investimentos em projetos estratégicos do ciclo de investimentos iniciado em 2021 totalizaram R$ 54 milhões, incluindo: R$ 25 milhões para aa nova fábrica de Revestimentos em Botucatu (SP), que iniciou oficialmente seu processo de ramp-up neste trimestre; R$ 18 milhões para melhoria do mix e modernização fabril das operações de metais e louças; R$ 8 milhões para expansão da base florestal no Nordeste; e R$ 3 milhões para o DX Ventures. 'Os investimentos em recomposição e expansão de ativos florestais devem se consolidar como um diferencial competitivo. A ampliação da nossa base florestal no Nordeste pode ser geradora de novas oportunidades', analisa Francisco Semeraro.
A companhia fechou o 1T25 com alavancagem de 3,5x (contra 3,3x no 1T24). A empresa mantém o foco na gestão estratégica, especialmente com a proximidade do fim do ciclo de investimentos 2021-2025. 'A Dexco está na fase de conclusão dos projetos e com menores desembolsos de caixa previstos à medida que o ciclo 2021-2025 se encerra. Os movimentos futuram visam a desalavancagem da empresa', diz o CFO.
As ações de liability management da Dexco, que visam aprimorar o perfil da dívida e reduzir os custos financeiros, seguem contribuindo para o desempenho da empresa. A companhia mantém uma estrutura de dívida de longo prazo, com prazo médio de 4,1 anos, atualmente representando 79% do endividamento bruto, o que proporciona estabilidade para a tomada de decisão pela administração.
O cenário macroeconômico continua instável, tanto no Brasil quanto globalmente, com taxas de juros elevadas dificultando o acesso ao crédito e investimentos no setor de construção. 'Diante desse panorama, a companhia foca em um ajuste estratégico baseado em três frentes: redução de capex, com o fim do ciclo 2021-2025, otimização do portfólio com foco em produtos que garantam margens atrativas, e disciplina na gestão de caixa e endividamento', afirma Raul Guaragna.
'Em linha com essa estratégia, a Casa Dexco, inaugurada no começo de março, chegou para atuar como vitrine do nosso portfólio premium e como espaço de relacionamento com especificadores e consumidores. A loja conceito tem grande potencial de gerar oportunidades de rentabilização nas categorias de acabamento, especialmente em produtos de maior valor agregado, e de impactar positivamente nossos resultados futuros', finaliza o executivo.
(Redação - Agenda Enfoque)